“…you damn well knew what you were doing when you did it.”
“La responsabilité de chacun implique deux actes : vouloir savoir et oser dire.”
(Abbé Pierre)
Golpe e genocídio. Duas palavras recorrentes no vocabulário da – peço licença à escritora Paula Schmitt (embora aliterações do trocadilho estejam presentes em meu trabalho desde 2006) – ex-querda brasileira. Sobre Schmitt, discorro mais adiante. Sobre golpe, no próximo artigo. Fiquemos, por ora, com o genocídio. Exterminar a pobreza no país. Bandeira histórica do Partido dos “Trabalhadores”. Dezesseis anos no poder e, ao que tudo indica, no quinto mandato, enfim encontraram a solução.
Sobrou ajuda. Frente amplérrima.
Em abril de 2022, campanha eleitoral já a pleno vapor, respeitado jornalista brasileiro (mezzo influencer, mezzo PhD), assumido liberal, foi interpelado por uma conta anônima no então Twitter. PhD discorria sobre estar passando da hora de parar de “hostilizar o eleitor” que não queria ser "governado pelo PT de novo", eleitor que "talvez" estivesse "desinformado" e fosse "preconceituoso", ao que a fonte se intrometeu no fio: “E de menosprezar a ciência na prática? Não dá mais pra jogar certas coisas pra baixo do tapete.” PhD, não sendo a primeira nem a segunda investida por parte da fonte via perfil “fake” – mais de vinte mil seguidores e cujo conteúdo, digamos, chamava bastante a atenção (um compilado de notícias predominantemente gringas denunciando o show de horrores desencadeado por Pfizer e cia.) –, após meses de insistência, enfim respondeu: “Quer continuar sendo governada por Bolsonaro?” Boi na linha? A fonte, “esquerda raiz” na biografia, preferiu confirmar: “Não, aí que tá. Mas pra recuperar a confiança do povo, da classe média, precisa ser transparente, parar de tratar que nem criança. Se eu sei que um troço é verdade porque senti na pele, aí vem outro e me diz que não é e me coage ainda mais, eu vou pensar o que do sujeito? Essa é a única vantagem do PR.” E a confirmação veio: “Desculpe. Campanha é emoção, não é razão. Infelizmente, mas é o que é.”
É o que é.
Mas... é o quê, mesmo?
Prefiro acreditar que, como disse o outrora rebel rebel Caetano, “vocês não estão entendendo nada, nada, nada, absolutamente nada”. Há, contudo, quem, a exemplo de PhD, pareça entender bem, muito bem o que vem acontecendo. Há, inclusive, já outro exemplo, favor não confundir, embora haja fusões por aí, confusões à toa – pois há quem se cale por constrangimentos quaisquer –, quem não só entenda, saiba bem, como ainda leve uns trocados para fechar o bico. Dirijo-me aos primeiros. O resto: que se dane. Meus mais sinceros votos.
PhD, evidente, por um motivo ou outro, junto com tudo para trás, apagou os tuítes. Como, aliás, vem acontecendo aos montes – “salvem tudo”, bordão de Schmitt. Por enquanto, ainda temos o Internet Archive para que isso pouco importe, apenas corrobore. Talvez por isso a batalha judicial que o site vem travando para não ser retirado do ar (migrem para o Nostr enquanto é tempo).
Conheci o trabalho de Schmitt após ter publicado o artigo inaugural do sutor, “Precisamos falar sobre Naomi Wolf”, em fevereiro de 2022. Antes disso, lembro vagamente de ter lido sua matéria sobre o CERN, publicada na Rolling Stone, sem contudo associar nome à pessoa, e nada além. Falha nossa. Mea maxima culpa. Schmitt, sem sombra de dúvida, é a melhor jornalista do país – investigação, apuração, análise e deboche dos fatos. Quem me inspirou a iniciar a série As tantas aspas da Vanguarda. Schmitt se declara de “esquerda”, aspas da própria. Devo discordar de 10% a 30% de suas opiniões . Dos fatos que ela apresenta, porém, só se eu fosse um canalha. O que até sou, a depender do prisma. Logo, adendo: só se eu fosse um canalha burro. Não sou. Seu livro mais recente, Consenso Inc., é obrigatório. Deveria ser lido e estudado em todas as faculdades de jornalismo do Brasil. Talvez PhD aprendesse coisa ou outra com a moça. Talvez a doença seja irremediável.
Trabalhei pouco menos de um ano como editor do jornal Diário do Pará (já era à época colunista da revista outracoisa, do Lobão [isso, aquele], mas, com filha recém-nascida, vinte e cinco anos nas costas e ainda inchado por conta de oito meses de quimioterapia e corticóide [linfoma seguido de pneumonite], o jeito foi complementar a renda), de propriedade dos nobres Senador, Governador e Ministro das Cidades, no longínquo 2006 – antes de abandonar o jornalismo em nome da ficção (o bom filho à casa sempre torna). Entrei para substituir um camarada editor então recém-demitido sem aviso prévio. O crime? Publicar uma notinha de nada, bem besta mesmo, contra os interesses da Vale – uma das principais, senão a principal anunciante do jornal. Aviso mais que dado ao novo tripulante e a antigos marujos. Lá, mandava quem pagava mais. Informação era mercadoria. Lá. Só lá. Confia.
Follow the ads, escrito na manchete
Dia desses, o Ministério da Saúde japonês aumentou a verba voltada aos danos causados pela "vacina" da Covid em impressionantes cento e dez vezes as previsões iniciais, passando de 360 milhões de ienes para 39.77 bilhões de ienes, cerca de 260 milhões de dólares. Ainda pouco se comparado aos 10.9 bilhões de dólares pagos pela Pfizer a título de indenização e multas desde 2000 (2.3 bilhões só em 2009) – o lobby para que a empresa se eximisse das responsabilidades por eventuais danos causados por seu experimento genético (experimental, sim, página 11) deve ter custado bem menos. Ainda assim, o Estadão Verifica garante: “médicos japoneses enganam ao afirmar que vacinas contra a covid causam doenças”. Notícia enganosa, segundo a empresa dos Mesquita. O Ministério da Saúde japonês combate moinhos de vento. Resta a dúvida: quanto o Estadão recebe de anúncios da Big Pharma? Nos EUA, onde os dados são divulgados, a fatia responde por 75% do bolo nas TVs norte-americanas. Imagina perder essa boquinha...
Uma pergunta, portanto, ao Estadão: seria enganoso de igual modo que Portugal, país com o maior índice de vacinação na Europa, lidere o ranking de excesso de mortalidade por lá? Na outra ponta, todavia: a Bulgária, país que menos se vacinou no Velho Continente. Coin-cidência? [ADENDO: Não para o senado australiano, que abriu uma CPI para investigar o excesso por lá. Nem de acordo com os dados quanto ao aumento absurdo do excesso de mortalidade por neoplasmas em 2021 e 2022.]
E o que dizer dos 7444 resultados sobre “vaccine hesitancy” no sistema de buscas científicas mais popular do mundo, o PubMed? Ou do estudo de 148 páginas recém-publicado pelo CDC, demonstrando a relação entre o experimento e os casos de miocardite a longo prazo? PubMed, CDC, negacionistas? Decerto. E dos que indicam (comprovam?) que as partículas lipídicas utilizadas em terapias de mRNA promovem a migração de células cancerígenas? Tudo enganoso. Né, Estadão?
Deve ser por isso que, na gringa, publicações tradicionais e ainda com respaldo entre o público, quais o Spectator e o Berliner Zeitung, começam a mudar a narrativa e a admitir o que ulula: alguma coisa está muito fora da ordem nessa história toda. Não à toa, 70% dos funcionários do NHS inglês se recusaram a tomar a dose de reforço? Tudo um bando de antivax? Negacionistas justo na Agência Nacional de Saúde? Precisava nem do escocês John Watt, vítima do experimento, ter peitado Rishi Sunak ao vivo na GB News — o que quase me fez vibrar, não fosse a tragédia em si. Como sentir qualquer coisa além de assombro e revolta, afinal, com os dados sobre o excesso cumulativo de mortalidade entre crianças européias, desde o início da “vacinação” infantil por lá, apresentados pelo gráfico abaixo? Aposto que: enganoso.
Enquanto isso… a grande mídia tupiniquim faz seu papel (orgulho de Goebbels) e vem normalizando os casos de AVC em crianças no Brasil. Outrora raríssimo, o mal já se encontra no top10 das causas de mortalidade infantil. Se a própria Anvisa alertou em 2021 que crianças poderiam sentir dores no peito e falta de ar após a administração da terapia genética, brincar para quê? Se a própria Pfizer admite (ou melhor, foi forçada a admitir após ação com base no FOIA) ao longo de quarenta páginas corridas os efeitos colaterais gravíssimos de seu experimento – o que foi compilado e destrinchado em livro por Naomi Wolf –, por que alguns teimam em fechar os olhos para a questão? [ADENDO: o UOL descobriu a pólvora — não julgo, antes tarde que nunca, todavia: entendo quem julga]. Por que tanto negacionismo científico por parte dos que adoram acusar os outros de negacionistas?
Uma das maiores vítimas do Tribunal da Internet durante a pandemia, o Dr. Flavio Cadegiani, cientista brasileiro que teve seu apartamento invadido pela Polícia Federal na época, recebeu um prêmio de reconhecimento nos EUA por “Contribuições para a Excelência em Pesquisa” durante o Congresso da FLCCC – Front Line Covid-19 Critical Care, em Phoenix, no Arizona, realizado no início de fevereiro. O leitor pode até não gostar do penteado do Dr. Cadegiani, vá lá, mas não reconhecer os méritos de sua teoria antiandrogênica no combate à Covid-19? Puro preconceito. Além de negacionismo. Negacionismo que custou dezenas quiçá centenas de milhares de vidas — pelas plagas de cá, quem dirá no mundo. E que pode custar outras tantas centenas de milhares. Reindago: por quê? Pois Bolsonaro? O genocida?
Fato: o Brasil é o único país do mundo a obrigar crianças a tomar os supostos imunizantes C19. Ainda pior: com doses descartadas pelo “imperialismo norte-americano”. Lixo. Em boa parte do mundo civilizado, o experimento nem sequer é recomendado para crianças saudáveis. A exemplo da Alemanha — onde, aliás, descobriu-se que a Robert Koch Institute’s (RKI), a Anvisa deles, mentiu para a população sobre o que sabia (e sabia muito, conforme revelaram mais de mil páginas de conversas entre membros do comitê de crise) em relação à pandemia. Adivinha quem mais mentiu e acabou de ser proibido pela justiça de seguir insistindo na história da IVM para cavalo dormir? O FDA. Genocídio? Não, né? Meme do bem.
Pelo menos, aqui ainda posso escrever este artigo sem temer represálias? Ou Moraes dará cinco dias para que eu me explique, como fez com Zema? Ah, Moraes… bem ou mal, na França, sempiterna vanguard, eu provavelmente seria preso por fazê-lo, além de condenado à multa de trinta mil euros por conta da nova lei que visa “reforçar a luta” contra o que o Estado considerar “perigoso” à saúde pública — um aperitivo das medidas draconianas que a OMS planeja para a próxima pandemia?
Quando Disease X, Mr. Schwab?
Por ora, só na França. Aqui, não. Aqui, talvez eu fosse só detido pela Polícia Federal, como foi o jornalista português Sergio Tavares, que veio ao Brasil para cobrir o ato de Bolsonaro na Paulista e acabou tendo passaporte retido e passando por interrogatório cujas pautas foram de suas posições políticas a suas opiniões sobre a “vacina” da Pfizer. Mônica Bergamo, ao invés de se indignar, esperado, não demorou a soltar notinha da PF alegando que a detenção se dera por Tavares não ter visto de trabalho. Se Bergamo fizesse jornalismo (precisaria nem honrá-lo) e a PF soubesse o que faz, conheceriam ou teriam tomado conhecimento da resolução que afirma o seguinte: “Cidadãos da União Europeia que viajem ao Brasil para exercer atividade jornalística estão isentos de visto para estadas de até 90 dias, desde que a atividade não seja remunerada por fonte brasileira.” Democracia, sabe? É o Ministério das Relações Exteriores quem diz em sua página.
Ao menos, dizia quando tínhamos um Ministério das Relações Exteriores, não um puxadinho de narcobananais, de teocracias necropolíticas e do terrorismo internacional. Não um leme para o antissemitismo do bem.
Exterminar a pobreza… ou os pretos pobres favelados?
Aí mora o perigo de se relativizar significantes, de se banalizar conceitos. Banalização é ante-sala da negação do outro. Nós nos acostumamos tanto a chamar os outros de fascistas e nazistas, que acabamos normalizando o fascismo e o nazismo. Não dar a real dimensão do que foi o Holocausto é negar o Holocausto, sim. Lula poderia ter se valido de vários outros exemplos históricos tão ou mais graves do que acontece hoje em Gaza – Ruanda, Kosovo, os campos de concentração uigures na China, os milhões de venezuelanos refugiados, o próprio Nakba. Mas, além de negar todos eles, preferiu diminuir o Holocausto junto. Logo: negou. Holocausto foi Holocausto. Nakba foi e segue sendo Nakba (agora, com selo Pfizer de qualidade). E o fascismo com requintes nazistas de fato pode estar bem mais perto do que alguns gostariam de admitir.
Pois, se o pior vier a acontecer a longo prazo em relação às terapias genéticas da Pfizer – e o pior, nesse caso, pode se resumir a 1% de quem se submeteu à coerção, ou 5%, quem sabe 10%, 30% de bilhões –, aí, sim, poderíamos falar da maior catástrofe da história da humanidade desde o Holocausto. Não sou eu quem diz. É Vera Sharav, sobrevivente de Auschwitz.
O jornalista canadense Ian Vandaelle foi mais um dos que relativizaram os fatos, defendendo que não-vacinados fossem levados a um campo de concentração – o que chegou a ocorrer mesmo na Austrália em 2021. Vandaelle teve morte cerebral em dezembro de 2023, aos 33 anos. Coincidência ou castigo divino? Fico com o óbvio: Newton explica. Ou Darwin.
Difícil de explicar, todavia, será quando tudo isso “der ruim”. Lula adora apontar o dedo para os outros e acusá-los de genocídio, quando lhe convém. Estava na Etiópia ao fazê-lo com Israel. Mesma Etiópia em que 600 mil civis separatistas foram mortos pelo Estado em 2020. Genocídio do bem, capaz, a exemplo do que está em marcha no Brasil. Coagir pessoas pobres, o precariado, a fazer o que seja em troca de míseros R$600 já seria indecente o bastante. Vou nem falar do acesso à educação. Fome não comporta condicionantes. Coagir pessoas pobres, o precariado, a enriquecer ainda mais uma indústria indecente por natureza às custas da própria saúde, das vidas que a esquerda teoricamente prometeu defender, então… nem Hitler chegou a tanto. Passando da hora de apontar o dedo para si.
Nova chance de se redimir, hoje
Houve tempo em que todos sabíamos:
The biotech sector has become increasingly bold in violating the foundational principles of medical ethics (e.g., the COVID vaccines were unsafe, untested, and ineffective, but nonetheless forced upon humanity). These violations are causing the public to lose their trust in the medical industry and the industry is responding to this by concocting even more reprehensible ways to force people to take their products such as the WHO’s pandemic treaty or deploying self-spreading vaccines.
Fica o lembrete do Forgotten Side of Medicine.
Fato é: pessoas estão morrendo. Aos montes. A Global Vaccine Data Network estima que 99 milhões de pessoas estejam à mercê de riscos inadmissíveis a curto prazo. Curto. No ano passado, só no Brasil, houve aumento de 158% em internações por infarto. Cento e cinquenta e oito porcento. Audiência pública marcada para esta segunda-feira no Senado será nova quiçá última chance de se discutir a inclusão da “vacina” de mRNA no PNI. Notórios notáveis, a exemplo do Dr. Peter McCullough, participarão do debate – o qual, é certo, não receberá a menor atenção por parte da grande mídia ou do próprio Ministério da Saúde (quebra o sigilo de 15 anos da Astrazeneca, Nísia, orgulho da Sanger, lágrimas de crocodilo — ou desespero — não convencem mais). A audiência do sutor, contudo, embora ainda humilde com seus quase sete mil assinantes, é, em parte, composta por ilustres jornalistas, parlamentares, artistas, acadêmicos, cientistas e formadores de opinião. Daí ter feito questão de escrever este texto, dois anos após o primeiro, quatro após pandemia decretada. Nova tentativa de convencê-los da catástrofe por vir. Pois, se há quem ainda duvide dos próprios olhos, do que sente na pŕopria pele, se não há como prever o que pode acontecer a longo prazo, o que vem acontecendo, o que já acontece é motivo o bastante para orelhas em riste.
Aos que ainda gozam de certa inocência por ignorância ou confusão, Bill Maher desenha: “A maioria das opiniões dissidentes que foram suprimidas e ridicularizadas na época se provaram corretas.” Enumera algumas. Para não ter mais erro.
Independente das crenças ideológicas de cada qual, precisamos começar a levar a tal da ciência a sério. Ninguém aqui é antivax — literalmente cresci no laboratório de virologia da UFPA; imunizantes em dia. Mas é justo o que faz a desinformação do bem: gera desconfiança quanto a todo o resto — vide as vacinas encalhadas contra a dengue. Precisamos dar esse passo adiante, a cara à tapa sem medo de sermos cancelados por fazer a coisa certa, por defendermos direitos humanos básicos, por não rasgarmos o Código de Nuremberg. Precisamos ser mais Paula Schmitt e menos PhD. Precisamos de mais Filipes Rafaeli (quem, provavelmente, escreveu a análise definitiva sobre a pandemia em seu brilhante “O dia em que eu entendi o ‘bom alemão’”). De mais Johns Watt — antes que outros tantos apareçam. Precisamos que Pepe Escobar fale mais, muito mais, e se informe mais antes de falar também. Foi um começo, um bom começo. Já dá para dizer que: todos sabem bem o que vem sendo feito, o silêncio constrange. Alguns, faz tempo. Bastante tempo. PhD que o diga. E a história irá cobrá-los, um a um.
“Governo Temer considera tornar vacinação infantil obrigatória, ideia absurda que resultou em uma revolta popular no século passado.” Era o que — justo quem — Guilherme Boulos defendia em 2018. Tentemos, portanto, parar de focar naquilo que não é. Atentemo-nos àquilo que é de fato. Foi o próprio PhD quem disse: “é o que é”, afinal. E é mesmo. O resto, Meat Loaf bem o sabia, o resto é sabão.